Indianismo, na literatura brasileira, especificamente no romantismo, é sinônimo de nacionalismo. Se no romantismo europeu o heroísmo se encontrava nos exemplos dos cavaleiros medievais e o cenário era o dos castelos, no Brasil, os escritores românticos tomaram como heróis os indígenas cercados por uma natureza virgem, intocada. Assim, o índio não é visto mais como um selvagem bárbaro e cruel, como é patente em Santa Rita Durão, por exemplo. O índio é, na verdade, exaltado por sua força e coragem e por seu sentimento de honradez, elementos valorizados no código dos cavaleiros medievais. Além disso, o índio não é tido como o gentio totalmente avesso aos preceitos cristãos, mas como tendo todas as qualidades de um cristão, exceto o batismo – ao modo dos que Dante diz se encontrem no limbo, pois “faltou-lhes o batismo", embora tenham realizado boas obras. Exemplo disso é Peri – um fidalgo em corpo de selvagem –, de O Guarani ; e Poti – irmão de coração do cristão Martim –, de Iracema ...
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