A obra Crime e Castigo , de Fiódor Dostoiévski, é um mergulho nas profundezas da alma humana, um confronto entre o impulso de ultrapassar limites e a necessidade de reconhecer que existem barreiras morais intransponíveis. O protagonista, Rodion Raskólnikov, acredita que certos indivíduos, dotados de inteligência ou de uma missão especial, poderiam transgredir as leis comuns para realizar feitos maiores. Amparado nessa concepção, ele comete o assassinato da velha agiota Alióna Ivanovna, convencido de que sua morte seria justificada pela libertação dos pobres explorados por ela. No entanto, o enredo se desenvolve como uma dolorosa refutação dessa tese, pois Dostoiévski demonstra que, independentemente da vileza da vítima, o assassinato não pode ser moralmente legitimado. O gesto de Raskólnikov revela o perigo de reduzir a vida humana a um cálculo utilitário. Ele acredita que a morte da agiota, por ser uma figura mesquinha e exploradora, abriria espaço para uma redistribuição de ben...
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