Em um mundo cada vez mais mediado por telas, a liberdade de expressão se tornou, paradoxalmente, um dos maiores desafios da sociedade contemporânea. Se, por um lado, a internet democratizou o acesso à palavra e permitiu que qualquer pessoa se tornasse produtora e difusora de conteúdo, por outro, esse mesmo fenômeno desencadeou efeitos colaterais preocupantes, tanto no âmbito individual quanto coletivo. Crianças e jovens em idade escolar estão especialmente expostos a esses impactos, que vão desde dificuldades cognitivas e prejuízos ao aprendizado até a disseminação de desinformação e o fortalecimento de discursos extremistas. A célebre frase do filósofo e semiólogo Umberto Eco sintetiza o dilema atual: “o drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”¹. A metáfora é precisa. Em um ambiente digital sem filtros editoriais ou critérios de verificação, a opinião de qualquer pessoa – por mais infundada que seja – passa a ter o mesmo alcance que o parecer de u...
espaço para falar de cultura e literatura nos mais diversos modos